Opinião – Empobrecidos
Antonio Ferro*
Vivemos um momento significante de empobrecimento. Não falo apenas do financeiro que, por uma crise aguda e irresponsável, nos deixou em uma situação de aperto.
O que quero destacar é o fato da pobreza que ultrapassa os limites das cifras, corroborando com nossas fraquezas que impactam no modo de viver da população.
Estamos sentindo na pele todo o descuido promovido pela falta de interesse em certos setores de nossa sociedade, a começar pela deriva dos serviços públicos, nos abandonando à própria sorte. A rotina do conformismo e dos pensamentos simplistas têm nos levado a indicadores nada otimistas em nosso crescimento.
Vivemos a pobreza na política por que nos afastamos de um sistema falido, arcaico e comprometido com inidoneidade, sem cobrar com seriedade a verdadeira função da gestão pública, o que resultou no que estamos presenciando em todos os fatos negativos.
Empobrecidos estamos na forma como encaramos a cultura, a busca pelo conhecimento e evolução para podermos nos tornar cidadãos dignos de uma responsabilidade para com o Brasil, que padece pela nossa ausência frente às importantes questões que dão o tom ao cotidiano. Empobrecidos pela ausência do Estado nas questões de saúde, segurança e educação.
Empobrecimento é uma palavra que também acompanha os sistemas de transportes nosso de cada dia, calcado na ineficiência, carência de gestão e imobilidade.
Não é só pelos bolsos vazios, mas também por cabeças ocas que não estamos vendo perspectivas positivas de crescimento e avanço. O modelo de deslocamento urbano das grandes cidades se enveredou por caminhos cada vez mais longos e tortuosos, aspecto que faz das pessoas reféns da mobilidade motorizada. O resultado todos conhecemos: congestionamentos, poluição, perda de tempo e qualidade de vida.
Pobre ônibus urbano que luta para cumprir com sua finalidade em um rico cenário dominado pela individualidade e irracionalidade oriundas da falta de planejamento e compromisso das gestões públicas. Pobre sistema operacional que não é incentivado a ter conceitos que contribuam com o desenvolvimento sustentável das cidades e o aperfeiçoamento do deslocamento.
Se hoje a pobreza predomina, em todos os sentidos, que dirá do amanhã se continuarmos não investindo em fatores chaves para o nosso desenvolvimento, entre esses a mobilidade e a qualificação do transporte público. Nossa situação de movimento será ainda mais paupérrima e de nada adiantará um automóvel abundante de tecnologia e caro, se estivermos presos a uma condição de igualdade (vias congestionadas) a outros cidadãos que também buscam chegar aos seus destinos nas mesmas vias cruzadas.
Qualificar o transporte público e os serviços de ônibus é uma maneira de enriquecer a capacidade de transformação urbana, para melhor. E o aumento da inteligência e da sabedoria nos permitirá sair desse estado de letargia de ideias, planos e visão de futuro.
* Editor chefe da revista AutoBus
A falta de recursos públicos suficientes e estáveis para financiar o subsídio integral do transporte coletivo, o que pode comprometer a sustentabilidade e a qualidade do serviço.
ResponderExcluirnome: ben-hur t:207
ResponderExcluira falta de administração e recursos com os serviços públicos, acaba afetando a qualidade do próprio.
Muita gente não tem a mesma condição do que os outros
ResponderExcluirTem varia pessoas que não tem as condições igual dos outros
ResponderExcluirAluna : Taune
ResponderExcluirTurma:207
Antonio Ferro expressa de forma contundente a preocupação com o empobrecimento que vai além do aspecto financeiro, atingindo diversas esferas da vida cotidiana. Ele destaca a falta de investimento e comprometimento em setores essenciais, como a gestão pública, saúde, segurança, educação e transporte público. O texto ressalta a necessidade de uma mudança significativa para enriquecer a capacidade de transformação urbana e promover um crescimento positivo e sustentável.
Comentário :
ResponderExcluirNesse contexto prefiro salientar a pobreza de espírito e alma que hoje se faz crescente na sociedade ,falta de comunicação nas famílias ,respeito ao próximo e seus sofrimentos ,falta de compaixão e saber se colocar no lugar dos outros pra compreender suas atitudes diante algumas situações e assim promovem o auto julgamento ,o atirar pedras uns nos outros sem sequer saber como eh a história e o contexto de vida do próximo ,tudo.isdo empobrece a alma e o espírito formando indivíduos egoístas críticos juízes da vida alheia ao invés de engrandecer a alma e o espírito com mais generosidade amor compreensão e reciprocidade aos sentimentos das pessoas
Hoje o amor pelo próximo se esfriou, a pobreza de espírito reina bem mais que a pobreza social. A maldade humana cresce a cada dia mais, ninguém põe Deus acima da situação e da dificuldade.
ResponderExcluirAntônio Ferro foi muito bem nesse texto que de uma forma ou de outra impacta na nossa vida dia após dia. É destacado a falta de investimento e também a falta de compromisso em setores importantes como a saúde, segurança pública e transporte púbico.
O texto reforça a necessidade de uma mudança significativa para revolucionar e promover a capacidade de mudança urbana, e também promover um crescimento com muito êxito e sustentável.
A falta de recursos e investimentos para o serviço público afeta a qualidade do mesmo.
ResponderExcluirTem varia pessoas que não tem as condições igual dos outros.
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