sexta-feira, 15 de março de 2024

MITO DAS CAVERNAS - PLATÃO


 Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna é um diálogo platônico que alude à preponderância do conhecimento racional sobre o conhecimento vulgar. O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, é uma história metafórica narrada por Platão por meio de um diálogo em seu livro “A República”.



Interpretação do Mito da Caverna

A Alegoria da Caverna é uma metáfora, ou como o próprio nome diz, uma alegoria. O que está escrito no texto não deve ser interpretado literalmente, pois Platão não quis apenas contar uma história sobre homens presos em uma caverna, mas quis passar uma mensagem com isso.

Inúmeros elementos metafóricos aparecem na alegoria. Os principais elementos estão dispostos abaixo:

  • Prisioneiros: os prisioneiros da caverna somos nós mesmos, os cidadãos comuns.

  • Caverna: é o nosso corpo, que segundo Platão, seria fonte de engano e dúvida, pois ele nos ilude na forma como apreendemos as aparências das coisas, nos fazendo acreditar que essas são as próprias coisas.

  • Sombras e ecos: as sombras que os prisioneiros veem e os ecos que eles escutam são as opiniões e os preconceitos que trazemos do senso comum e da vida costumeira. Eles são, segundo Platão, conhecimentos errados que adquirimos através dos sentidos de nosso corpo e da vida cotidiana.

  • Sair da caverna: a libertação do prisioneiro e a sua fuga da caverna simboliza a busca pelo conhecimento verdadeiro.

  • A luz do Sol: a luz solar no exterior da caverna simboliza o conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia. Quando o prisioneiro sai da caverna, ele sente-se perturbado pela luz intensa, elemento natural que ele nunca havia vivenciado. No início, há uma dificuldade de aceitação dessa luz pelas retinas, até que ele adapta-se e percebe toda a realidade exterior. Metaforicamente, isso simboliza a zona de conforto que as sombras e a caverna representam, pois o engano da vida comum pode ser confortável, enquanto a verdade pode ser, ao menos, inicialmente, dolorosa e sacrificante. Sair da ignorância significa sair da zona de conforto.

Leia mais: O que é fundamentalismo?

Como o Mito da Caverna se encaixaria nos dias de hoje?

As pessoas têm muitas informações via televisão e internet, mas mantêm-se no nível apenas informativo, não buscando conhecer profundamente as coisas.

As pessoas têm muitas informações via televisão e internet, mas mantêm-se no nível apenas informativo, não buscando conhecer profundamente as coisas.

Podemos transpor os escritos platônicos para uma interpretação sociológica da humanidade do século XXI. A humanidade parece ter se acostumado com a ignorância de tal modo, que há uma recusa geral por uma busca da verdade. As pessoas têm um oceano de informações por meio da mídia televisiva, da internet e das redes sociais, mas mantêm-se no nível meramente informativo, não buscando conhecer profundamente o mundo que habitam.

A política deixou de ser assunto de interesse da população. Quando a população parece interessar-se por política, o faz de modo superficial, sem buscar entender a essência daquilo que está em foco. As pessoas são levadas e enganadas facilmente por notícias falsas espalhadas na internet porque não se dão ao trabalho de investigar se aquilo que foi divulgado é real.

As pessoas acreditam nas manchetes sensacionalistas de veículos de informação que muitas vezes visam apenas a chamar a atenção do leitor/espectador, sem ler o conteúdo completo que a matéria traz.

A busca pelo prazer incessante, o hedonismo, a falsa ideia de felicidade e a vaidade são valores que as pessoas buscam passar pelas redes sociais, mas o conteúdo intelectual dessas pessoas, muitas vezes, é limitado a um patamar muito baixo.

O conhecimento, a verdade, o bem e a justiça deixaram de ser procurados pelas pessoas do século XXI, o que está, cada vez mais, soterrando a nossa sociedade na ignorância e fazendo de nós prisioneiros de nossa caverna, como os prisioneiros da alegoria platônica.

Como Sócrates supôs, quase no fim do diálogo com Glauco, o prisioneiro liberto poderia ser agredido ou até morto ao tentar resgatar os seus companheiros, que o julgariam como um louco, desvairado, por ir contra tudo aquilo que eles aprenderam como certo.

Em nossos dias, parece haver um movimento parecido, pois as mentes brilhantes, as pessoas que buscam o conhecimento profundo das causas, os cientistas, os filósofos, são cada vez mais contestados por pessoas sem nenhum conhecimento ou embasamento científico ou filosófico, que utilizam a opinião vulgar para subjugar o valor da ciência.

O predomínio da opinião rasa, do fanatismo religioso e dos extremismos tem dado lugar ao conhecimento obtido durante anos de evolução racional da humanidade. Estamos voltando, por vontade própria, para a caverna de Platão.

A República, o livro que contém o Mito da Caverna

A República é uma obra de Platão, dividida em dez livros, que tem como tema central a organização política da cidade. Considerada uma utopia política, Platão descreve as inúmeras questões que devem pautar a política, passando por temas como a estética e a teoria do conhecimento. O Mito da Caverna aparece no livro VII de A República.

Sócrates é o personagem principal da obra, construída em forma de diálogo. Ao longo do texto, aparecem interlocutores de Sócrates que têm uma função quase figurativa na narrativa platônica. O intuito do livro VII é falar sobre o conhecimento, sobre a ideia de justiça (que é alcançada por alguém que possua conhecimento) e sobre a educação dos filósofos, que seriam, na teoria platônica, os únicos a alcançarem o conhecimento necessário para governar bem a cidade.

Fonte:https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/mito-caverna.htm#:~:text=Mito%20da%20Caverna%20ou%20Alegoria,seu%20livro%20%E2%80%9CA%20Rep%C3%BAblica%E2%80%9D.

36 comentários:

  1. Como ser humano hoje vivemos como prisioneiros em cavernas que são as redes sociais que muitas vezes nos aprisiona com notícias falsas e em vez de nos libertarmos e ir buscar a verdade e o conhecimento preferimos ficar aprisionados na mentira.

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    1. Boa análise Mauricio, as redes sociais podem ser uma forma de aprisionamento e uma nova interpletação do Mito da Caverna.

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  2. òtimo Cindi! Temos que checar em várias fontes para analisar a veracidade da informação. Mas a internet não é terra sem lei.

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  3. Olá! Cindi e Maurico vocês receberam 01 ponto pela boa argumentação!Parabéns!

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  4. Hoje em dia todos nós seres humanos vivemos em uma bolha chamada “internet” onde quase todos tem acesso e se comunicam e vivem dela, claro, a internet tem leis, mas nem todas elas são cumpridas corretamente pelos seus usuários, temos que buscar saber em fontes confiáveis e ver se, oq vimos é verdade ou não.

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    1. Muito boa colocação Alisson, nossa forma de tirar o homem desta caverna é lutar para que as leis sejam executadas e simplesmente promungadas.

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  5. Tem razão Mauricio! Caminhamos para novo totalmente desconhecido e isto é desconfortável,mas não podemos retornar para traz.

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  6. Concordo plenamente com a opinião da cindi e do mauricio.é bem isso ai.

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    1. Muito bom Juliana! Em que momento de observa a questão da Estética ?

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  7. Mitos de Cavernas Platão : Na minha opiniao resume-se a seres aprisionados a conceitos preconceitos e modo de vidas ultrapassados se recusando a mudar de abrir a novas ideias ficando assim prisoneiros emocionais mentais morais e ispirituais de convicções já ultrapassadas onde limitações ser humano de evoluir como pessoa ...fazendo ser humano prisioneiro do passado.s.vuver presente e ter perspectivas futuras de forma realista causando danos a si mesmo e aos indivíduos a sua volta e criando dificuldade de convívio social tanto para si como para os demais ...mais o maior dano eh pra si mesmo por não ver além do que viveu deixando assim de viver o hoje e o amanhã enraizado no passado de um tempo que não mais existe e vivendo num cativeiro emocional onde deixa de ter suas próprias conviccoes pra acreditar em convicções alheias e já vazias no tempo sem agregar nada ao presente e também ao seu futuro!!..

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  8. Falando de Estética: Aristóteles se contrapondo ao pensamento de Platão coloca: "Na visão aristotélica, a imitação seria então uma experiência benéfica, uma vez que permite a junção de narrativas e imagens que mostram que algumas experiências são, efetivamente, possíveis. A imitação para Aristóteles tem também caráter pedagógico pois seu efeito, chamado por Aristóteles de catarse, colabora com a identificação daquele que copia com a imagem daquele que é copiado. É nessa relação que surgem então, o respeito, a admiração e o aprendizado."

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  9. Já tinha estudado esse tema "mito das cavernas" 😁.
    As vezes achamos que nunca vamos conseguir fazer algo porque nunca foi feito por ninguém, mas você pode ser o primeiro a fazer aquilo e inspirar outras pessoas. O medo te faz viver no escuro e não permite ver o belo mundo que está atrás das paredes.

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  10. Não minha visão as vezes oque achamos ter visto pode não ser realmente oque é, a ponte é sempre procurar a verdade e nunca acreditar em algo que nossa mente possa criar

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  11. Muito bom, Viviane! Veja e trecho do texto publicado:
    Sombras e ecos: as sombras que os prisioneiros veem e os ecos que eles escutam são as opiniões e os preconceitos que trazemos do senso comum e da vida costumeira. Eles são, segundo Platão, conhecimentos errados que adquirimos através dos sentidos de nosso corpo e da vida cotidiana.

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  12. Olá! Anônimo! Muito bom vêr você participando! Mas precisamos saber seu nome e turma

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  13. Os comentários foram de grande importância! Parabéns a todos 💐

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  14. Na minha opinião muita gente julga a rede social como uma prisão,mais essas são As mesmas que passam horas usando!
    Com toda certeza a internet passou a ser muito preocupante depois da forma de ser usada errada,mais se usarmos ao nosso favor poderia ser uma ferramenta e tanto,basta nos querermos!

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    1. Parabéns Lara! Tudo na vida basta querer conquistar!
      Lara pode identificar sua turma. Obrigada!

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  15. O mito da caverna nos diz que
    muitas vezes ficamos presos a ideias ou situações por não termos
    a coragem de arriscar, de mudar, de experienciar o novo.
    O filósofo pregava que o mais importante era a busca pela verdade.

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Mito das cavernas
    Retificação erro escrita
    Mito das cavernas
    São padrões de pensamentos limitados ,crenças limitantes que impedem o indivíduo de ter uma expansão maior de conhecimento de si mesmo e do mundo ao seu redor ,uma não aceitação de ideias novas se istagnando num conceito desatualizadouitas vezes e até mesmo ultrapassado a não aceitação das mudanças e autoreflexoes do novo !!!

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  18. Mito das cavernas
    A não aceitação de novas idéias padrões atualizados ,limitação e crenças limitantes que impedem o indivíduo de avanços futuros e maior expansão de conhecimento de si mesmo e do mundo ao redor istagnando a conceitos desatualizados dificultando até mesmo sua qualidade e bem estar de vida e de outros ao redor !!!

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  19. Platão acreditava que a realidade que percebemos pelos nossos sentidos é ilusória e passageira. Para ele, a verdadeira realidade é eterna e imutável. Na alegoria, as sombras que os prisioneiros veem na parede da caverna representam essa realidade ilusória.

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  20. Na minha opinião muitas vezes nos tornamos prisioneiros de nossos próprios pensamentos o que nos deixa presos em um ponto sem saída. a mesma coisa serve para descrever o aprisionamento nas redes sociais que nos fixa e nos envolve com notícias falsas e conturbantes...

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    1. Bacana Rochelle! Realmente os pensamentos podem ser uma forma de aprisionamento

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  21. Conforme alguns dos filósofos que estudei o conhecimento verdadeiro não é pra nós meros mortais portanto todos vivemos na caverna em nossa eterna ignorância que teríamos que transcender muito para tal conhecimento

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  22. Jéssica carina T8 eja19 de abril de 2024 às 16:28

    Hoje em dia vivemos presos a esse mundo da internet,ali a muitas verdades e também muitas coisas falsas,mais o problema e que muitos se fecham nesse mundo e não dão mais atenção aos seus, devemos sair um pouco desse mundo virtual e viver mais o mundo real.

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  23. O tempo pode ser definido como uma dimensão na qual os eventos ocorrem e se sucedem. É uma medida relativa das mudanças e processos que ocorrem no universo. Para a maioria das pessoas, o tempo é percebido como uma sucessão de momentos, uma sequência de passado, presente e futuro.

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  24. T8 Muitas pessoas vivem ou nem vivem, vegetam dentro de casa, preso em seus quartos com um celular, e nem sabe o que se passa fora disso. Existe vida lá fora, um mundo inteiro a ser explorado, e muito conhecimento

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  25. PAULO RICARDO MACHADO DA SILVA LOPES19 de abril de 2024 às 16:40


    Já tinha estudado esse tema "mito das cavernas" .
    As vezes achamos que nunca vamos conseguir fazer algo porque nunca foi feito por ninguém, mas você pode ser o primeiro a fazer aquilo e inspirar outras pessoas. O medo te faz viver no escuro

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  26. O "Mito da Caverna" é uma alegoria apresentada por Platão, filósofo grego, em sua obra "A República". Na alegoria, Platão descreve um grupo de pessoas que vivem acorrentadas no interior de uma caverna desde o nascimento, com as costas voltadas para a entrada. A única luz presente é a de uma fogueira situada atrás delas. Entre a fogueira e as pessoas, passam figuras que projetam sombras na parede da caverna. As pessoas acorrentadas, por nunca terem visto outra realidade, acreditam que as sombras são a única forma de existência.
    Platão utiliza essa alegoria para ilustrar sua teoria das ideias e o processo de conhecimento. As sombras na parede da caverna representam as aparências sensíveis do mundo material e as figuras que passam diante da fogueira simbolizam as formas ideais ou essências eternas. A libertação das correntes e a saída da caverna simbolizam o caminho em direção ao conhecimento verdadeiro e à compreensão das ideias universais.
    Essa alegoria é frequentemente discutida em contextos filosóficos e educacionais como uma metáfora poderosa para refletir sobre a natureza do conhecimento, da realidade e da educação.

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  27. Acho que a fala do texto fala um pouco sobre a ignorancia das pessoas que sao ignorantes, e nao querem sair da ignirancia. Pois ignorante na minha burrologia nao e o que nao sabe ler e sim o que nao quer aprender

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  28. No meu ponto de vista nas antigas eles não viviam c muitas pessoas por isso se tornavam “ingnorantes” mas nos séculos de agora a gente socializa c as pessoas e somos uma geração mais evoluída.

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  29. o Mito da Caverna nos convida a questionar as aparências e buscar a verdade, mesmo que isso signifique enfrentar resistência e incompreensão .

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